O que é Septaroad Voyager? Quase um Final Fantasy XII retrô

Recentemente joguei um game indie chamado Septaroad Voyager, que me encantou desde o momento em que vi a capa do jogo pela primeira vez até a criação desse artigo aqui.

É amplamente sabido que eu sou mega fã da franquia Final Fantasy, eu joguei todos os jogos numerados e seus respectivos remakes e versões alternativas, exceto pelo Final Fantasy XVI por motivos de não tenho um Playstation 5.

Trecho do meu vídeo contando a história completa de Final Fantasy XII
Clique na imagem acima para assistir ao vídeo que conta a História Completa de Final Fantasy XII ou acesse o artigo em texto clicando aqui.

De toda a franquia, um dos meus favoritos de todos os tempos é o Final Fantasy XII. E tanto é que eu lancei há não muito tempo um vídeo contando toda a história do jogo de forma resumida, porém super completa com todos os detalhes mais fundamentais para você entender o plot.

Trecho de gameplay de Septaroad Voyager

Mas falando sobre Septaroad Voyager, ele é um RPG indie que busca as raízes do gênero, tal qual víamos lá na época dos saudosos Kingdom Hearts, Final Fantasy IX, Vagrant Story e por aí vai. Atualmente está em fase de acesso antecipado via Steam.

O jogo me encantou a ponto de eu querer ir mais a fundo, conhecer mais e, consequentemente, trazer para vocês as minhas descobertas em mais esse capítulo da série de vídeos “O que é” aqui do canal.

Assista em Vídeo

Ambientação em Septaroad Voyager

Septaroad Voyager se passa num mundo de fantasia com visão isométrica e personagens em arte pixelada no melhor estilo 2dHD. Os ambientes são muito bonitos, os mapas são vastos e ricos em cores e variedades.

Uma das primeiras cidades em Septaroad Voyager

Por se tratar de um jogo Indie, eu realmente não esperava muito detalhamento nos visuais e menos ainda na trilha sonora, mas Septaroad Voyager me surpreendeu positivamente nesse sentido. O game traz gráficos bastante decentes, bem bonitos para a média dos jogos do mesmo padrão que vemos aos montes por aí.

Toda a atmosfera do jogo me lembra bastante de vários clássicos, mas em especial de Crimson Tactics: The Rise of the White Banner que testei e analisei recentemente.

Há, claro, alguns detalhes que podem incomodar os mais exigentes, como algumas bordas pouco polidas, movimentação mecânica dos assets de inimigos e de elementos da natureza, dentre outras coisas. Mas, no geral, Septaroad Voyager encanta com uma paisagem mística, voltada para a era medieval, bastante típica mesmo de games desse gênero, em especial os clássicos como Final Fantasy VI, Vagrant Story etc.

Local com ambientação baseada em Ermos

O mundo é vasto, os mapas são imensos e seus elementos são gerados proceduralmente. Isso pode acarretar em alguns problemas, como inimigos repetidos, tilesets (elementos gráficos de ambiente) que não parecem encaixar bem ou que destoem da ambientação geral e gerando imprevisibilidade na exploração de mundo, o que pode ser bom ou ruim, dependendo de cada um e de seus gostos. No todo, são coisas que podem ser resolvidas com uma melhor programação e alguns ajustes gráficos de polimento antes do jogo sair do Early-Access e ser lançado oficialmente.

Jogabilidade

Os comandos são bastante simples e fáceis de aprender e memorizar. De todo modo, ao jogar no joystick tive algumas dificuldades com comandos que não estavam vinculados a botões por padrão. Neste caso, precisei abrir as configurações de controle do próprio Steam e configurar dois ou três botões adicionais manualmente, mas o único realmente importante foi o botão de abrir o mapa, que não estava vinculado ao joystick mesmo havendo botões livres. Nada que impeça a jogatina, mas o ideal é que já viesse definido por padrão.

Tela de configuração de controle no Steam

Os Sistemas Adicionais de Septaroad Voyager

Septaroad Voyager conta com alguns sistemas bastante interessantes, que tornam o jogo envolvente e imersivo. Dentre os vários sistemas presentes no game, quero destacar dois dos que mais me chamaram a atenção:

Táticas

As “Táticas” são um sistema de combate autônomo para companheiros de batalha. Esse sistema é simplesmente uma cópia dos “Gambits” de Final Fantasy XII. É literalmente o mesmo sistema.

Tela do sistema de Táticas em Septaroad Voyager

Porém, não me entenda mal. Em momento algum eu disse que isso é algo ruim. Muito pelo contrário! O sistema foi implementado de forma majestosa, funciona e se encaixa na proposta de Septaroad Voyager como uma luva.

Graças a esse sistema, é possível definir comandos automáticos para seus personagens. Isso permite combates mais profundos e menos trabalhosos. É possível definir quando um ataque deve ser desferido, em que momento uma magia deve ser conjurada ou até mesmo se um ataque de fogo deve ser conjurado somente quando o inimigo estiver vulnerável a este elemento e assim sucessivamente.

As possibilidades, assim como em Final Fantasy XII, são imensas também em Septaroad Voyager. É possível definir muito detalhadamente o que cada personagem fará ao longo dos combates.

Para liberar as Táticas, é necessário acumular Pontos de Habilidade. Estes pontos são obtidos ao subir de nível e através de missões, que existem aos montes pelo mundo do jogo.

Busque a Masmorra

Outro sistema intrigante e que me deixou muito transtornado no começo foi o sistema de “Busque a Masmorra”. Ele tem um nome autoexplicativo, mas na prática é mais complicado do que aparenta.

Explicação ingame para o sistema de Busque a Masmorra

É possível – e até necessário – que você desvende segredos a partir de algumas dicas que você acumula ao explorar o mundo de Septaroad Voyager. Ao longo de sua jornada você obterá itens como mapas, jornais e artefatos, que possibilitarão a obtenção de dicas para descobrir masmorras secretas pelo jogo.

Após obter estes itens, é necessário ir até um bibliotecário para pesquisar as dicas. Após obtê-las, podemos utilizá-las para montar mapas completos que nos dão a direção até uma masmorra em específico.

Dependendo de quais dicas e como nós as utilizamos, é possível alterar o nível de dificuldade e a qualidade das recompensas que obteremos ao finalizar a respectiva masmorra.

Esse sistema, que parece simplório à primeira vista, traz uma segunda camada de dificuldade, diversão e imersão a Septaroad Voyager.

As Masmorras em Septaroad Voyager

E por falar nas masmorras, gostaria de acrescentar alguns detalhes sobre o funcionamento delas em Septaroad Voyager.

Para começar, da mesma forma como ocorre com o mundo externo todo do jogo, as masmorras também são geradas proceduralmente. Isso faz com que você possa ter uma experiência totalmente nova a cada vez que entra numa masmorra. Cada run sua será diferente da anterior. Mas pode se tornar cansativo com o tempo, especialmente no caso de você optar por uma abordagem mais intensa no grind.

Captura de tela de uma masmorra em Septaroad Voyager

Além disso, uma vez que você entra na masmorra será obrigatório finalizá-la. Ao menos na minha experiência, não consegui encontrar uma saída retornando ao ponto em que entrei. Isso me deixou bastante chateado, porque as masmorras são extremamente longas em Septaroad Voyager e, às vezes, você acaba se arrependendo de ter entrado e só quer desistir e deixar para depois. Ao menos comigo, não foi possível fazer isto.

No mais, as masmorras oferecem recompensas que valem o esforço, além de serem desafiadoras e bastante divertidas também.

CORREÇÃO NA INFORMAÇÃO

Mais recentemente, após ter escrito esta análise, houve uma atualização no jogo que dizia resolver o problema na entrada das masmorras. Achei que aparentemente tratava-se de um bug, porém era uma questão apenas de falta de feedback visual mesmo.

Trecho da descrição de uma nova atualização em Septaroad Voyager
<sup>Atualizações do jogo no Steam Community <a href=httpsstoresteampoweredcomnewsapp2091620view3663164071066369493l=brazilian target= blank rel=noreferrer noopener nofollow>clique aqui<a> para ver a notícia original<sup>

O anúncio acima diz respeito somente à entrada, de fato, da masmorra que, por conta do sistema de geração procedural de elementos, por vezes era colocada num local inalcançável. Este patch corrigiu esse bug.

Basta encostar na parede do ponto de entrada para sair da masmorra
Lado de fora da masmorra após sair dela encostando na parede da entrada

O meu problema de não conseguir sair de uma masmorra após adentrá-la era apenas falta de feedback visual. Ao encostar na parede no mesmo local que apareci ao entrar na masmorra, consegui ir para fora dela e retornar ao mundo superior do jogo, conforme você pode verificar nas duas imagens acima.

Não há um portal de saída, como há um de entrada. Para sair da masmorra, basta quase que literalmente encostar na parede no ponto em que você surgiu quando entrou.

Mods

Septaroad Voyager vem ainda com seu código-fonte disponível e um editor integrado para que a comunidade possa criar suas próprias aventuras e alterar elementos do jogo de acordo com suas vontades e preferências.

Vale sempre lembrar que diversos jogos mais antigos continuam em alta até hoje justamente por conta dos mods, que são uma forma de permitir que a própria comunidade mantenha o jogo vivo por tanto tempo, criando novas histórias, NPCs, elementos da natureza, habilidades, equipamentos, etc. Este certamente é um ponto super positivo!

Personagens Jogáveis de Septaroad Voyager

Há um total de sete personagens jogáveis atualmente em Septaroad Voyager. E não há muito o que dizer sobre eles sem dar spoiler. O que posso dizer é que são diversos, as artes são bastante bonitas e seus background históricos são medianos.

Os sete personagens jogáveis de Septroad Voyager
<sup>Arte Divulgação <a href=httpsrockwell studioscomseptaroad voyager>Septaroad Voyager Rockwell Studios rockwell studioscom<a><sup>

Acima você pode ver a arte de todos os personagens jogáveis disponíveis em Septaroad Voyager. Alguns possuem um desenvolvimento mais arrojado, mais profundo, enquanto outros são mais simples e menos impactantes.

Evolução de Personagem

Para evoluir seus personagens em Septaroad Voyager, será necessário obter Pontos de Experiência (EXP) e Pontos de Habilidade (SP). Os Pontos de Experiência serão responsáveis por aumentar o nível de cada personagem seu. Já os Pontos de Habilidade serão responsáveis por permitir que você avance no quadro de habilidades e classes.

Trecho de gameplay em masmorra

O quadro de habilidades dos personagens é onde você pode aprender novas habilidades e classes. Ele é uma cópia idêntica dos License Boards de Final Fantasy XII. E, mais uma vez, isso não é um problema e sim uma solução. Esse sistema é excelente, traz uma camada extra à gameplay e torna tudo mais interessante.

Captura de tela do Quadro de Habilidades num nódulo de liberação da nova classe Mago

É a partir deste quadro que você aprende também novas classes para utilizar em cada personagem. Tudo isso ao custo de Pontos de Habilidade (SP), que são obtidos especialmente completando missões, mas também ao subir de nível com seus personagens. Basta obter os SPs necessários, ir até o nódulo que você quer liberar e gastar seus pontos nele.

Captura de tela do Quadro de Habilidades num nódulo de liberação da nova habilidade Cheer sem descrição do que a habilidade faz em Septaroad Voyager

O único problema desse sistema aqui no Septaroad Voyager é que as descrições das habilidades e classes estão muito precárias e não detalham cada função de cada coisa. Por exemplo, você pode aprender a habilidade Bravery. Porém, não há qualquer descrição informando o que é “Bravery”.

Eu já conheço essa skill de diversos outros jogos, inclusive do próprio Final Fantasy, porém o que me garante que em Septaroad Voyager ela terá a mesma função? Não há qualquer explicação do que é ou do que faz a habilidade que será liberada e isso me incomoda bastante.

De todo modo, é algo que certamente pode ser resolvido e tenho esperanças de que será, tendo em vista que o jogo ainda está em Acesso Antecipado.

Todo o restante me agrada imensamente e demonstra um potencial imenso desse jogo se tornar um clássico indie algum dia.


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Combate

O combate é uma questão complicada e que me deixa em dúvida sobre como pontuar adequadamente. Digo isso porque ele começa a passos lentos. Muito lentos mesmo. Mas melhora de uma forma quase surpreendente a partir do momento em que você adquire seu primeiro companheiro de batalha e isso acontece bem no início da jornada, em pouco mais de dez minutinhos de gameplay se você tiver um estilo mais lento de jogar.

Trecho de gameplay demonstrando um combate

Começando pelo começo, o sistema empregado em Septaroad Voyager foi o CTB, o famoso Charge Time Battle. Este sistema foi criado por Hiroyuki Ito e Yasumi Matsuno e inserido pela primeira vez em Final Fantasy Tactics. Após isto, passou por algumas atualizações e versões alternativas em outros games ao longo do tempo.

O Conceito do CTB

O Charge Time Battle (CTB) é um sistema que insere uma barra de progresso que vai de 0 a 100 para cada personagem na batalha, incluindo inimigos. No caso dos inimigos, ela geralmente não fica visível na tela, mas existe internamente no sistema do combate.

Barra de progresso do CTB em Septaroad Voyager

A barra vai se enchendo mais rapidamente quão maior for o status que determina a velocidade de ação do personagem. Geralmente esse status é chamado de “Speed” ou “Agility”.

Em alguns jogos, o sistema de CTB é influenciado pela velocidade de habilidades também. Por exemplo, ao conjurar uma magia lenta ou um ataque muito pesado, é normal que você precise carregar uma barra adicional de conjuração da habilidade e somente após seu lançamento é que você volta a recarregar a barra de progresso normal do CTB. Porém, isso só está presente em alguns jogos que utilizam uma versão levemente atualizada e modificada do sistema. Este é o caso de Septaroad Voyager.

Comparativo de status Velocidade entre dois personagens diferentes

No geral, a barra de progresso de cada personagem recarrega de acordo com seu status de velocidade e isso permite a criação de diferentes formações de equipe, com cada personagem desempenhando uma função única.

Como está o CTB em Septaroad Voyager?

Em Septaroad Voyager o CTB começa lento, muito lento, como eu já comentei anteriormente. Isso se deve quase exclusivamente à baixa velocidade dos personagens no começo do jogo. Ao longo da gameplay, conforme evoluímos, isso melhora substancialmente e torna os combates muito mais dinâmicos e atrativos.

Tela de opções de customização de nova personagem

Ao obter mais personagens isso também vai se tornando cada vez menos problemático, tendo em vista que você terá tempo para manusear cada um deles com atenção. A ajuda das Táticas também é muito bem-vinda e se torna fundamental quando você obtém uma equipe completa.

No geral, Septaroad Voyager emprega com maestria todas as mecânicas que o jogo propõe, incluindo as habilidades dos personagens, o sistema de Táticas que já expliquei anteriormente e tudo mais. É um sistema de combate bastante completo e que funciona muito bem para a proposta desse game. Mas se eu tivesse que escolher, optaria por um sistema ADB, o Active Dimension Battle.

O sistema Active Dimension Battle é basicamente uma enorme evolução do ATB. Ele insere variantes como área de efeito medida por distância entre os personagens envolvidos. Além disso, há ainda a opção por não combater inimigos ao cancelar o carregamento de turnos da sua equipe, deixando-a mais veloz em movimento para fugir do combate. Esse é o sistema presente em Final Fantasy XII, o único da franquia a recebê-lo.

As Classes

Septaroad Voyager possui um total de 14 classes para seus personagem utilizarem. É como um Final Fantasy clássico, com sistema de troca de classes. Aqui você pode trocá-las livremente, após liberá-las no quadro de habilidades.

Apenas reforçando a informação, para liberar novas classes é necessário obter Pontos de Habilidade (SP) e liberá-las diretamente no quadro de habilidades do personagem. Após isto ela ficará disponível no menu de troca de classes.

Tela de seleção de nova classe

A troca é imediata, bastando entrar no menu de seleção e clicar sobre a classe desejada – desde que ela já tenha sido liberada no quadro de habilidades, é claro. Cada classe trará um novo estilo de gameplay ao seu personagem, com novas habilidades, status diferenciados, armas novas, etc. Além disso, algumas classes estarão disponíveis somente para alguns personagens e não para todos. Isso acopla ao game uma outra camada de complexidade, tornando os combates mais dinâmicos e os personagens menos substituíveis.

Trilha Sonora de Septaroad Voyager

A trilha sonora de Septaroad Voyager é ótima, apesar de um pouco genérica. Ela não difere em muito de outros games que vemos em estúdios indie. Não há aquela sensação de ser algo único, porém ainda é muito agradável aos ouvidos e compõe bem os cenários do jogo.

Os efeitos sonoros encaixam bem nos movimentos dos personagens, apesar de o movimento em si ser bastante disperso da realidade. Mas falarei sobre isso apenas no capítulo de “Veredito”, mais adiante.

Vou deixar a seguir alguns trechos de músicas que coletei diretamente do jogo, para sua avaliação pessoal.

Desempenho

Septaroad Voyager é um jogo que parece muito leve, mas na realidade é mais pesado que Sea of Stars, por exemplo, que eu analisei recentemente por aqui.

A verdade é que numa placa de vídeo de entrada o jogo já roda super bem, mas em gráficos integrados, por exemplo, a coisa começa a ficar mais complicada. Eu comecei testando num PC com um Core i9 12900k com uma RTX 3050, 48GB de memória RAM e o auxilio de um SSD para melhorar os tempos de carregamento. O jogo rodou extremamente bem, me permitindo ativar filtros adicionais pelo painel da nVidia para melhorar a qualidade gráfica do jogo, já que sobrou muita performance.

Performance de Septaroad Voyager em uma RTX 3050

Porém, ao testar nos gráficos integrados deste mesmo processador, o jogo sequer chegou aos 30 FPS em 1080p, tendo sido necessário reduzir a resolução para 720p a fim de alcançar esta média de FPS. Além disso, o sensor do MSI Afterburner estava bugado e não mostrava a porcentagem de utilização do chip gráfico corretamente, como você pode visualizar na imagem a seguir. Não que isso impeça a medição e nem acarrete em algo negativo, mas achei digno de nota.

Performance de Septaroad Voyager em nos Gráficos Integrados UHD Graphics 770

Além disso, o jogo é travado a 60 FPS, então mesmo em sistemas com potencial para gerar mais quadros estarão sempre limitados a este número. O que não é exatamente um problema, tendo em vista que 60 quadros por segundo são mais do que suficientes para um jogo deste gênero.

E se você quiser se aprofundar mais nesta discussão sobre 30 FPS e 60 FPS serem ou não suficientes em games, recomendo a leitura ou visualização deste artigo aqui, que está disponível em texto e vídeo.

Disponibilidade

Septaroad Voyager foi lançado no regime de Acesso Antecipado em 01/06/20223 e está disponível apenas para PC via Steam.

Os Problemas de Septaroad Voyager

Há problemas que precisam ser resolvidos, mas, afinal, é para isso que serve o regime de Acesso Antecipado. E me parece que a comunidade está sendo ativamente ouvida e levada a sério.

Movimentação

Uma das coisas que eu mais estranhei foi a movimentação dos personagens, que parecem estar deslizando num campo de gelo em vez de andar. Isso é algo que exige uma programação melhor e talvez sprites mais bem definidos para os personagens, com mais animações de movimento. Seria trabalhoso de resolver, mas é totalmente possível.

Sem Retorno em Masmorras

A informação deste tópico foi atualizada. Você pode ver a versão antiga aqui.

Outra coisa que me incomodou bastante foi a questão de não haver volta uma vez que se entra numa masmorra. Você consegue entrar através de uma passagem secreta, porém não é possível retornar por ela de volta para a superfície. Isso me incomodou porque torna complicada uma coisa que deveria ser simples. Se eu entrei, devo poder sair. Preferencialmente quando eu quiser ou, ao menos, com certa facilidade. Mas aqui somos obrigados a concluir toda a masmorra para somente então retornar à superfície. E como eu já comentei, elas são extremamente longas.

Para fins comparativos, leva-se cerca de 10 minutos até obtermos o primeiro companheiro de equipe. Uma masmorra, no entanto, pode facilmente levar mais de 40 minutos para ser concluída. Isso é algo que, a meu ver, é problemático e afasta as pessoas por se tornar enfadonho e repetitivo demais.

As masmorras não possuem uma saída óbvia, sendo necessário encostar na parede de entrada para sair delas. Iso certamente atrapalharia um novato no jogo, como me atrapalhou e me fez crer que era obrigatório concluir toda a masmorra antes de sair dela.

Além disso, mesmo após finalizar a masmorra derrotando seu chefão final, a saída não fica clara. Você precisa ainda se mover para uma outra tela e então será jogado para fora da masmorra automaticamente neste processo. O ideal seria abrir um portal de saída logo após o chefão ser derrotado. Assim como o ideal também seria ter um portal de saída logo na entrada da masmorra também. Estes feedbacks visuais são muito importantes para a acessibilidade e praticidade na gameplay.

Começo Lento em Septaroad Voyager

Outro problema que vi foi a lentidão no começo do game. O sistema de combate é velho conhecido, porém acaba afastando algumas pessoas por conta do começo extremamente devagar. Isso melhora logo após os primeiros 10 minutos de jogo, mas a melhora substancial mesmo vem apenas após a obtenção de mais personagens e da evolução dos mesmos. Algo que ocorre apenas após cerca de 2 horas de gameplay. E isso é tempo o bastante para fazer alguém desistir de avançar no jogo.

Bugs no Acesso Antecipado

Há diversos bugs ainda, mas nada muito relevante tendo em vista que o jogo ainda está em regime de Acesso Antecipado e é justamente para a correção de bugs com feedback aberto da comunidade que existe este regime.

Idioma

Por último, quero destacar algo que não é exatamente um problema: a falta do idioma Português-BR em Septaroad Voyager. É possível selecionar o nosso idioma, porém as legendas não estão completas e apenas alguns pouquíssimos menus são exibidos em português brasileiro atualmente.

Tela de seleção de idioma

Todavia, a julgar pela existência da opção para ser selecionada e pelo fato de o outro jogo da Rockwell Studios, Himeko Sutori, ter suporte a português brasileiro, é altamente provável que recebamos a legenda completa após o jogo sair do Acesso Antecipado ou até mesmo antes disso.

Veredito

Septaroad Voyager é um jogo com um potencial incrivelmente grande de se tornar um clássico dos RPGs indie algum dia. Todavia, isso dependerá de como o(s) desenvolvedor(es) pretende(m) abordar o projeto daqui para frente.

Não há muito com o que comprar este jogo, tendo em vista que não há, pelo menos que eu saiba, jogos que tenham bebido tanto na fonte de Final Fantasy XII quando Septaroad Voyager. Ainda assim, tento dar uma nota sendo o mais justo possível:

Septaroad Voyager R$ 47,49

Nome: Septaroad Voyager

Descrição: Sete heróis. Aventuras infinitas. Embarque em uma jornada épica por um vasto mundo cheio de perigos. Atribua Táticas aos membros do seu grupo ou controle-os individualmente em batalhas de ritmo acelerado. Descubra a cativante história do Septaroad Voyager.

Estúdio: Rockwell Studios

  • Ambientação - 9/10
    9/10
  • Trilha Sonora - 8.5/10
    8.5/10
  • Jogabilidade - 7.5/10
    7.5/10
  • História - 8.5/10
    8.5/10
  • Gráficos - 7/10
    7/10
  • Desempenho - 10/10
    10/10
  • Fator Replay - 9/10
    9/10

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Pontos Positivos

  • Ambientação linda
  • Combate rico, com CTB funcional
  • Sistema de “Táticas” bem implementado
  • Controles simples e customizáveis
  • Dificuldade adequada
  • Abundância de classes
  • Quadro de Habilidades
  • Trilha Sonora agradável

Pontos Negativos

  • Trilha Sonora um pouco genérica
  • Combate lentíssimo no começo
  • Falta de liberdade nas masmorras
  • Masmorras longas demais
  • Movimentação pouco realista
  • Geração procedural de elementos repetitiva

Fontes: Battle system | Final Fantasy Wiki | Fandom, Rockwell Studios – Independent Game Developer (rockwell-studios.com)