Blue Fire, Code Vein, Mortal Shell, Nioh 1 e 2, The Surge 2, Ashen, Gujian 3, Outward, Death’s Door, Eldest Souls, Thymesia, Bloodborne, Sekiro, Lords of the Fallen, Steelrising, Morbid: The Seven Acolytes, Salt and Sacrifice, Dark Souls 1, 2 e 3, Elden Ring e o reboot de Lords of the Fallen, são todos games do estilo Souls Like. Uns em 2D, outros em 3D, plataforma ou mundo aberto. Mas todos são Souls Like que compartilham combates extremamente desafiadores, temáticas sombrias, histórias envolventes que guiam o jogador por meio da narrativa e te fazem ter que repetir o mesmo boss 50 vezes até conseguir vencer. Se tiver sorte.
Há ainda vários outros games desse estilo, menos famosos, que eu não comentei. E como se não fosse o bastante, muito recentemente ainda vimos o Lies of P, um souls like do Pinóquio, por mais que isso possa parecer estranho ou engraçado.
E é por conta desse tipo de coisa que eu fiquei pensando sobre esse estilo de jogo e cheguei à conclusão de que vivemos na época de ouro dos Souls Like. Esse estilo nunca esteve tão presente, nunca teve tanta força no mercado como tem hoje.
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A Nova Era dos Souls Like
É fato que Elden Ring abalou as estruturas e trouxe uma nova realidade ao mundo gamer: um souls like que traz todos os pontos positivos de seus antecessores, mas ainda acessível a um público novo que nunca teve contato com esse tipo de game antes – como eu – seja por conta da dificuldade que costuma ser excessiva, seja por qualquer outro motivo que afaste os jogadores desse gênero que até então era muito nichado.
Com o sucesso de Nioh e sua sequência Nioh 2, o estilo começou a se espalhar cada vez mais em formatos e temáticas diferenciadas. Nioh é um souls like ambientado no Japão feudal, na época dos samurais.
Tivemos também o lançamento recente de WoLong: Fallen Dynasty, um souls like ambientado na China antiga, na época das dinastias. Com temática sombria, muita ação e combates extremamente desafiadores.
E atualmente aguardamos pelo lançamento oficial de Lies of P, game que já recebeu uma review minha baseada na demo que foi liberada recentemente. Lies of P é um souls like extremamente competente que traveste completamente a história de Pinóquio, trazendo-a para uma realidade muito mais sinistra e adicionando elementos de combate que foram magnificamente encaixados nesse estilo de gameplay.
Com o advento de Lies of P eu tive a certeza de que o gênero Souls Like finalmente alcançou a massa e obteve relevância no mercado mainstream, se tornando hoje um dos estilos mais esperados pelos jogadores ao redor de todo o mundo.
Diferentes Temáticas, mesmo Estilo
Diferentemente do que se espera de um Souls Like, o estilo se popularizou a tal ponto que hoje temos games como Death’s Door, que traz um visual mais desenhado e colorido e ainda assim dentro do gênero agora tão aclamado. Death’s Door é um Souls Like com visão isométrica, combates extremamente complexos e totalmente guiado por narrativa. É um game incrível, diga-se de passagem.
E indo ainda mais a fundo nessa história, temos games como Tunic, no qual você controla uma raposa com um visual totalmente cartunesco combinado a uma visão isométrica, mas ainda mantendo toda a essência de um verdadeiro Souls like. O jogo é super divertido e desafiador, apesar do visual fofinho que distancia tanto do clima sombrio que geralmente esperamos. Tunic é outro jogo incrivelmente divertido e que eu super recomendo.
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Já não temos Souls Like demais?
Uma pergunta que me fiz foi justamente se já não temos games do gênero souls like demais no mercado e se estamos apenas sufocando todos com algo que ninguém quer mais.
A exemplo de comparação, recentemente eu fiz uma análise mega completa do jogo Alaloth: Champions of the Four Kingdoms. Alaloth é um RPG de ação e aventura com visão isométrica, ambientado num mundo de fantasia riquíssimo, uma trilha sonora aterradora e combate bem ao estilo Dark Souls, totalmente baseado em combinar ataques, aparos e esquivas. Você pode acessar a análise completa clicando aqui.
Mas depois de pensar um pouco concluí que, no fim, o mundo é regido pelo mercado. Isso significa que enquanto houver quem queira comprar, haverá quem venda. E estamos vivendo o que eu penso ser o auge do estilo de jogo, que enfim se tornou tão popular a ponto de receber um artigo inteiramente dedicado a ele neste website.
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Os jogos da série Dark Souls foram todos um verdadeiro sucesso, divisores de águas, e isso é tão inegável quanto afirmar que eles ajudaram a definir o futuro de todo um estilo de games. Mas somente com Nioh, em 2017, o gênero começou realmente a se espalhar pelo mundo de forma mais acessível e com temáticas diferenciadas. Anteriormente era sempre um mundo medieval ocidental clássico. Agora suas fronteiras foram expandidas e nós podemos vivenciar diversas outras temáticas ainda no mesmo formato de gameplay e narrativa.
Não é Para Todos
Este não é um gênero de jogos para qualquer um, mas a introdução de jogos mais acessíveis tem trazido cada vez mais público para o lado sombrio da força. Elden Ring trouxe um público imenso e novo para o estilo, com o auxílio de uma gameplay mais simples e comandos mais precisos que ajudam os mais inexperientes, como eu, a se adaptarem melhor.
Mesmo tendo zerado Elden Ring, ao tentar jogar outros Souls Like eu ainda tenho imensa dificuldade com os comandos. O maior exemplo disso foi a minha falha investida recente em WoLong: Fallen Dynasty, game no qual fiquei travado ainda no primeiro chefão durante ao menos uns 5 dias até finalmente conseguir vencê-lo.
As semelhanças são sempre enormes entre jogos desse gênero, mas cada qual possui suas peculiaridades que tornam a gameplay única e cada vez mais desafiadora.
Não sendo mais um novato no estilo, tentei aventurar-me por Dark Souls. Não deu muito certo. Minha experiência foi curta e traumática. Os comandos são muito mais complicados e a jogabilidade mais truncada, exigindo uma adaptação muito maior do que a que eu precisei ter em meu primeiro contato com o gênero ao jogar Elden Ring.
A Consolidação do Gênero
É justamente a questão de estes jogos estarem se tornando mais acessíveis a novos públicos que torna o estilo tão popular quanto é hoje. Isso somado à riqueza de temáticas abordadas, ainda mantendo o estilo de narrativa e combate, nos faz ter a experiência de um Souls Like sem o trauma de ser derrotado inúmeras vezes seguidas pelo primeiro inimigo com que temos contato no jogo. Apesar de que eu sei que é justamente essa dificuldade extrema o que chama tanto a atenção do público mais fiel do gênero.
O público de hoje aprendeu a gostar de jogos inspirados em Demons Souls, o criador do gênero Souls Like. E isso talvez seja um grande sinal vermelho de alerta para a sociedade em que vivemos. Afinal, somente um sociopata poderia gostar de ser humilhado repetidas vezes em combate, destacando o fato de jogar mal e ser fraco, mesmo assim insistir em desafiar uma criatura que existe apenas para lhe mostrar o quão impotente você é diante dela. É divertido demais, recomendo!
